quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Resumo da 6 ª Aula: “Burgueses e Comunistas”

Na aula de ontem, o companheiro Rui continuou a palestra sobre os principais aspectos do materialismo histórico contidos na obra marxista O Manifesto comunista, analisando o capítulo do livro “Proletários e comunistas”.


“As concepções teóricas dos comunistas não se baseiam, de modo algum, em idéias ou princípios inventados ou descobertos por este ou aquele reformador do mundo. São apenas a expressão geral das condições reais de uma luta de classes existente, de um movimento histórico que se desenvolve sob os nossos olhos.”

Essa concepção era uma novidade em relação às seitas políticas que existiam na época de Marx e estão em oposição ao pensamento sectário da esquerda vigente atualmente, pois estas, não procuram atuar a partir dos interesses objetivos da classe operária, mas a partir de uma política própria guiada pelos seus interesses particulares.

“Horrorizai-vos porque queremos abolir a propriedade privada. Mas em vossa sociedade a propriedade privada está abolida para nove décimos de seus membros. E é precisamente porque não existe para estes nove décimos que ela existe para vós. Acusai-nos, portanto, de querer abolir uma forma de propriedade que só pode existir com a condição de privar a imensa maioria da sociedade de toda propriedade.”

Ou seja, o socialismo é o resultado do desenvolvimento das forças produtivas capitalistas. A expropriação da propriedade burguesa não é a expropriação de uma propriedade pessoal, mas sim, a expropriação do produto social usurpado pela burguesia.

“É a abolição de semelhante estado de coisas que a burguesia verbera como a abolição da individualidade e da liberdade. E com razão. Por que se trata efetivamente de abolir a individualidade burguesa, a independência burguesa, a liberdade burguesa.”

Dessa forma, a abolição da propriedade privada não é a abolição de um direito, mas de um privilégio. Não se trata de abolir a participação das pessoas na riqueza social como a comida, roupas, remédios etc, mas abolir aquela propriedade que permita uma acumulação de riqueza a partir da exploração alheia.

Outro aspecto discutido da obra é a acusação da burguesia de que os comunistas ao abolir a propriedade privada estariam abolindo também toda a atividade criativa do homem, a família etc. Para todas classes sociais dominantes, o fim do sistema que a mantém em sua posição social representa o fim da humanidade.

“Em lugar da antiga sociedade burguesa, com suas classes e antagonismos de classes, surge uma associação onde o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos.”

Confira como foi o sexto dia do XXIII Acampamento de Férias da AJR

O dia foi marcado pela participação dos acampantes no ato contra o massacre aos palestinos, bem como a discussão sobre a inevitabilidade da Revolução, na quinta aula do curso

Em virtude do ato realizado no último domingo, 11, às 10h, em São Paulo, contra o massacre realizado por Israel ao povo palestino, a rotina do acampamento teve que ser alterada. A atividade foi incorporada na programação do acampamento, portanto o curso que normalmente ocorre no período da manhã foi transferido para o horário da noite.

Uma caravana com 35 acampantes foi para a atividade, em vans disponibilizadas pelo partido para o evento, se juntando a outros militantes e simpatizantes do PCO que formaram uma atuante coluna na manifestação. O café da manhã foi servido um pouco mais cedo, por volta das 7h30min. A primeira refeição do dia, como de praxe, estava repleta de guloseimas, tais como: patês de ricota e presunto, pasta de amendoim, pão fresquinho, geléias e bolachas diversas, além das bebidas quentes.

Por volta das 8h30mim o pessoal que iria participar do ato viajou para São Paulo, e o restante aproveitou a manhã livre para descansar, passear pelo local e ler a apostila marxista, feita exclusivamente para o curso. O almoço foi servido a partir das 13h e teve como cardápio um saboroso peru que veio acompanhado de arroz com passas e arroz colorido, farofa, maionese de batata, doces em calda, e salada.

As atividades de esporte foram transferidas para hoje, já que o pessoal que foi para o ato só voltou as 15h30. A quinta aula do curso de formação teórica marxista, ministrada pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, começou às 19h30min. O palestrante deu continuidade ao estudo sobre o Manifesto Comunista, concluindo a explicação do primeiro capítulo do livro. O tema central da aula foi a inevitabilidade da Revolução, onde foi explicado que o desenvolvimento do capitalismo leva ao seu próprio colapso, ou seja, ele gera um enorme progresso no qual ele não consegue controlar. Além do debate sobre as crises do capitalismo, o presidente nacional do PCO também explicou a luta da classe operária e que o marxismo se tornou predominante na classe operária.

Depois do curso os participantes puderam se deliciar com a maravilhosa noite do pastel. Foram servidos seis sabores: carne, queijo, presunto e queijo, Romeu e Julieta, banana caramelada e doce de leite com queijo. O cardápio foi um sucesso entre os acampante que não conseguiam parar de comer.

Para fechar a noite com chave de ouro, os participantes de mais uma edição do Acampamento de Férias da AJR organizaram uma roda de música ao vivo com violão e percussão. A animação entre os participantes era contagiante e a música seguiu madrugada adentro.

Resumo da 5o aula: A inevitabilidade do Socialismo

A aula de ontem deu continuidade ao estudo do Manifesto comunista. Foram lidos trechos da obra de Marx e Engels e apresentadas suas principais idéias, o que permitiu uma compreensão geral do método materialista histórico.


“A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, com isso, todas as relações sociais”.

A partir do texto foi feita uma explicação de como foi superada a sociedade feudal, suas relações de produção e suas relações sociais a partir do surgimento da indústria capitalista e de todo o processo que se seguiu após o seu surgimento.

“As forças produtivas de quê dispõe não mais favorecem o desenvolvimento das relações de propriedade burguesa; pelo contrário, tornaram-se por demais poderosas para essas condições, que passam a entravá-las; e todas as vezes que as forças produtivas sociais se libertam desses entraves, precipitam na desordem a sociedade inteira e ameaçam a existência da propriedade burguesa.”

Esse é um dos trechos lidos que mostram como o marxismo desenvolveu a sua análise sobre a crise histórica do capitalismo. Muitas pessoas se confundiram ao interpretar que Marx elaborava uma tese conjuntural e não uma tese baseada no desenvolvimento histórico objetivo do capitalismo.

“A condição essencial da existência e da supremacia da classe burguesa é a acumulação da riqueza nas mãos dos particulares, a formação e o crescimento do capital; a condição de existência do capital é o trabalho assalariado. Este baseia-se exclusivamente na concorrência dos operários entre si. O progresso da indústria, de que a burguesia é agente passivo e inconsciente, substitui o isolamento dos operários, resultante de sua competição, por sua união revolucionária mediante a associação. Assim, o desenvolvimento da grande indústria socava o terreno em que a burguesia assentou o seu regime de produção e de apropriação dos produtos. A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis.”

Esse trecho expõe uma das teses mais combatidas do marxismo tanto pela direita como pela esquerda, justamente porque expõe clareza a inevitabilidade da queda do capitalismo. A incompreensão dessa análise científica e objetiva de Marx é um dos motivos que levam a esquerda pequeno-burguesa a um ceticismo diante da perspectiva revolucionária e do papel histórico da classe operária.

Resumo da 4ª Aula: “burgueses e proletários”

Nesta aula o companheiro Rui explanou algumas idéias importantes do primeiro capítulo do livro “O Manifesto Comunista”, fundamentais para a compreensão do materialismo histórico que é um dos “pilares” do marxismo.


“A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Não fez senão substituir velhas classes, velhas condições de opressão, velhas formas de luta por outras novas”.

Essa frase da obra explica que a sociedade capitalista apenas modificou a forma das relações de produção, mas o conteúdo dessas relações não só se manteve, como se aprofundaram através do aumento das explorações e das contradições sociais.

“Entretanto, a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado.”

Essa simplificação dos antagonismos sociais é um indício de que a sociedade capitalista cada vez mais se aproxima do seu fim.

Essa conclusão, que Marx e Engels chegaram é uma das teses marxistas mais combatidas pela burguesia em toda história. Essa campanha atingiu o seu auge após a 2ª guerra mundial quando foi estabelecido o chamado “Estado de bem estar social” nos países avançados como uma medida defensiva da burguesia imperialista frente à perspectiva da revolução proletária mundial. Essa campanha caiu no vazio após o início do período chamado “neoliberal” que é exatamente o período da tentativa da burguesia em retirar gradualmente todos os direitos conquistados anteriormente pelas lutas operárias.

A leitura dessa obra explicita uma das diferenças fundamentais entre o método de análise do materialismo histórico em relação às diferentes correntes idealistas de pensamento. Pois, para o marxismo não é possível compreender um fenômeno fora do seu desenvolvimento histórico, em oposição ao método idealista, que procura compreender os fenômenos sociais a partir de teses abstratas fora do tempo e do espaço.

Outro aspecto importante da obra foi demonstrar o papel revolucionário da burguesia ao transformar as relações de produção feudais. Pois, isso propiciou, por exemplo, uma desmistificação das relações sociais estabelecidas no feudalismo como a família e o casamento sendo vistas a partir de então como simples relações comerciais. Na fase atual decadente do capitalismo, a burguesia cada vez mais impotente diante das contradições sociais, procura restabelecer esses tipos de relações conservadoras medievais.

Diário do Acampamento Confira como foi o quinto dia do XXIII Acampamento de Férias da AJR

Discussão sobre o Manifesto Comunista, torneio de futebol, vôlei, filmes e grupos de estudos marcaram o sábado do primeiro final de semana da atividade

Depois de ter sido servido o reforçado e tradicional café da manhã, feito pelos próprios participantes, os acampantes deram início aos grupos de estudo, que tem como objetivo estudar as aulas anteriores, tirando as possíveis dúvidas e ajudar na organização do próprio acampamento como, por exemplo, nas refeições.

Os grupos se reuniram por pelo menos duas horas e discutiram as perguntas elaboradas, referente as três aulas anteriores do curso de formação teórica marxista, principal atividade do acampamento.

Encerrados os grupos, os acampamentes puderam se deliciar com a apetitosa feijoada. A iguaria veio acompanhada de arroz soltinho, couve, refogado na manteiga; farofa, temperada com ovo, bacon e azeitona; molho de vinagrete apimentado, salada e frutas (laranja e banana), além de sucos. A comida agradou a todos, que não pouparam elogios diante do cardápio do dia.

Por volta das 15 horas foi dado início as atividades de esportes. A princípio houve uma rápida e divertida partida de vôlei, com times mistos, e logo em seguida o clássico torneio de futebol masculino. Foram realizados dois jogos de futebol, acompanhados como sempre pelas animadas torcidas. Depois das partidas, muitos jogadores juntamente com as torcidas não perderam tempo e foram relaxar na piscina.

Por volta das 19h30mim a quarta aula do curso marxista, que nessa edição tem como tema: “Marx Vida e Obra – parte II”. O palestrante, companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO e editor do jornal Causa Operária, deu continuidade a explanação sobre o Manifesto Comunista, dando ênfase a questão do desenvolvimento histórico e econômico da sociedade, bem como as características da burguesia enquanto classe dominante, além de um rápido debate sobre a situação de opressão da mulher na sociedade capitalista.

Após o curso foi servido o jantar que teve como prato batata recheada com vários tipos de molhos: camarão com leite de côco, quatro queijos, creme de milho, molho vermelho e frango com creme de leite.

A noite foi encerrada com mais uma atividade da programação cultural. Dois filmes clássicos: “Queimada!” e “viva Zapata!”, o primeiro conta a história de um mercenário, William Walker, que a serviço do imperialismo britânico vai as Antilhas incitar uma revolta popular contra o governo português colonizador da ilha. Ele consegue promover a revolução e colocar no poder um negro, entretanto a população das Antinhas percebe que a mudança do governo não muda a política de exploração e se rebelam contra o governo britânico. Já o filme “Viva Zapata!” conta a história do revolucionário Emiliano Zapata que liderou a revolução mexicana em 1910. Ambos os filmes contam com a participação do ator Marlon Brando, sendo que o primeiro tem a direção de Gillo Pontecorvo e o segundo de Elia Kazan.

Confira como foi o quarto dia do XXIII Acampamento de Férias da AJR

O dia foi marcado pelo debate sobre o comunismo moderno e a introdução do Manifesto Comunista, temas abordados durante o curso e pela participação dos acampantes no ato contra o massacre dos palestinos

O quarto dia do XXIII Acampamento de Férias da AJR começou um pouco mais cedo do que o de costume, diante das muitas e importantes atividades de ontem. A partir das 7h30min os participantes começaram a ser chamados para se servir do reforçado café da manhã com uma mesa repleta de guloseimas, tais como: pasta de amendoim, patê de ricota com especiarias, patê de presunto, pão fresquinho, biscoito recheado, rosquinha, sequilhos, bolachas salgadas, além das já tradicionais bebidas: capuccino, leite, café, chocolate e chás diversos.

Depois da primeira refeição os participantes se encaminharam para o salão onde foi ministrada a 3º aula do curso de formação teórica marxista. Durante a exposição o palestrante, companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO e editor do jornal Causa Operária, falou sobre o socialismo moderno, um resultado das contradições existentes na sociedade. O palestrante falou sobre as duas descobertas que servem de base para o socialismo científico: a concepção materialista da história e a descoberta da mais valia.

Depois de explicar as duas descobertas do socialismo científico, o companheiro Rui introduziu a discussão sobre o manifesto comunista, que teve sua primeira versão escrita por Engels numa obra intitulada como Princípios do Comunismo, um texto não apenas brilhante do ponto de vista político, de idéias e programa como também literário. Marx utilizou o texto de Engels como base para escrever o ManifestoComunista, uma obra que fala em nome da classe operária porque expressa o mais elevado grau de compreensão das leis de desenvolvimento da sociedade por parte dessa classe e não os pensamentos pessoais dos seus escritores.

Depois do curso, encerrado às 12h40min , duas caravanas de companheiros se dirigiram para as cidades de São Paulo e Campinas para participarem dos atos contra o massacre promovido contra os palestinos na Faixa de Gaza. atividades que foram incluídas na programação do próprio acampamento.

O almoço teve como cardápio do dia: frango empanado, arroz, creme de milho e uma saborosa salada com: rúcula, alface e repolho. Logo após a refeição houve a saída das pessoas que queriam participar do ato nas respectivas cidades.

O início da tarde foi reservado para o lazer e descanso. Por volta das 19h30min foram iniciados os grupos de discussão, cujo objetivo é estudar a aula ministrada anteriormente tirando as possíveis dúvidas e também ajudando na organização do acampamento como, por exemplo, alimentação, limpeza etc.

Os grupos de estudo se reuniram por mais de duas horas e em seguida todos puderam se deliciar com o saboroso pernil, servido ao molho madeira e ao molho vermelho, acompanhado de pão, frutas diversas e sucos.

A programação cultural com os filmes “Sicko – SOS Saúde” e “No Vale das Sombras” fecharam a noite do quarto dia de acampamento.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

3ª Aula do curso “vida e a obra de Karl Marx” – parte IIAs bases do socialismo científico e o surgimento da liga dos comunistas

Nesta aula foi apresentado os fundamentos do marxismo a partir da exposição das idéias nas obras “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico”, escrita por Engels e “O Manifesto do partido comunista”, de Marx e Engels10 de janeiro de 2009
Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico “ O Socialismo (Científico) é uma generalização teórica da compreensão da realidade atual”. Ou seja, o marxismo não foi uma teoria inventada da cabeça de pessoas iluminadas, mas uma teoria que toma como ponto de partida as idéias mais desenvolvidas de sua época, como por exemplo, eram as idéias iluministas.“Os dois pilares do marxismo são a concepção materialista da historia e a descoberta da mais-valia”.“A concepção materialista da história significa que as idéias, as instituições e a ação do homem são explicadas a partir das suas relações de produção, ou seja, a partir da sua existência no mundo real”.A mais-valia é a demonstração de que o mecanismo interior de funcionamento da economia capitalista é um roubo. Ou seja, revela que uma ínfima parcela da sociedade (a burguesia) se enriquece a partir da exploração de sua maioria (o proletariado). O Manifesto do Partido Comunista “O Manifesto do Partido Comunista” assim como todos os textos escritos por Marx e Engels tem por objetivo estabelecer um campo político, ideológico e organizativo em uma luta de partidos. Ao contrario do que é difundido nos meios acadêmicos, eles nunca desenvolveram as suas teorias com objetivos de ganhar status acadêmico ou com fins financeiros.Esse manifesto foi um dos textos mais lidos e estudados em toda a história da humanidade. Marx e Engels o escreveram designados pela Liga dos Justos após travar uma luta ideológica no interior dessa organização pela formulação de um programa revolucionário que expressasse os interesses objetivos da classe operária.“A historia (escrita) de todas sociedades até hoje é a historia da luta de classes”. Essa frase do Manifesto Comunista não só explica o mecanismo fundamental da evolução das sociedades até hoje, como é a base para elaboração de qualquer programa político revolucionário.A esquerda brasileira, inclusive a que se diz marxista não leva em consideração essa concepção na definição o seu programa. Isso leva a um ceticismo total em relação à perspectiva da revolução e da luta revolucionaria.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009


O terceiro dia da XXIII edição do Acampamento da AJR começou, como de praxe, com o chamado para o delicioso café da manhã, servido das 8h30min às 9h30min. Entre as comilanças servidas na primeira refeição do dia estavam: patês de presunto e ricota, pasta de amendoim, pão fresquinho, biscoito diversas, bolachas salgadas, geléias de morango e uva, além das bebidas: leite, café, chocolate, capuccino e chás diversos.

Depois do café da manhã os participantes começaram a se organizar para a segunda aula do curso de formação teórica marxista, que nessa edição tem como tema “Marx Vida e Obra – parte II”. A principal atividade do acampamento foi iniciada por volta das 11h e teve como debate central a diferença entre o socialismo utópico e o socialismo científico. O palestrante, o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO e editor do jornal Causa Operária, começou sua explanação falando que o socialismo, assim como a religião, é uma das doutrinas mais antigas da humanidade, estando presente inclusive nos preceitos da própria religião.

Entretanto o socialismo existente antes de Marx tinha uma base moral, condenava as injustiças sociais e defendiam os pobres e oprimidos, contudo esse tipo de socialismo era totalmente hostil à luta política, e defendia que apenas através da razão, do convencimento – inclusive da burguesia, todas essas questões poderiam ser resolvidas.

Marx, ao contrário, defendia a luta política da classe operária e a ditadura do proletariado. O palestrante também diferenciou a moral burguesa da moral dos revolucionários, que se dedica integralmente e insistentemente à luta revolucionária, a luta para acabar com a sociedade de classe, o capitalismo.

Depois da aula, que durou em média de três horas, as pessoas se encaminharam para a sala de refeição onde puderam se servir de um delicioso
Talharim com atum e especiarias (manjericão e cominho fresco, pimenta rosa e pimenta calabresa), coberto com queijo ralado fresco, acompanhado de suco de manga. A comida foi preparada pelos próprios participantes.

A tarde foi livre, dedicada ao lazer e ao esporte. Algumas pessoas aproveitaram a oportunidade para ler, fazer caminhada pelo local onde está sendo realizada a atividade, enquanto outros aproveitaram a piscina para jogar pólo aquático e futebol.

Depois das atividades de lazer, por volta das 20h, foi servido o jantar que teve como cardápio uma deliciosa sopa de legumes e carne que veio acompanhada de queijo ralado e suco de maçã. Durante a refeição as pessoas aproveitaram para conversar sobre os mais diversos assuntos com destaque para os comentários sobre a aula ministrada mais cedo.

Dando início as atividades de cultura foi exibido, na primeira sessão de cinema, o documentário “Quando os diques se romperam”, dirigido pelo diretor negro norte-americano Spike Lee, o filme, dividido em quatro partes (todas elas exibidas durante a sessão) descreve de maneira detalhada a tragédia do furação Katrina que abateu a cidade New Orleans nos EUA. O documentário traz o depoimento de dezenas de pessoas que sobreviveram ao furação, mas que perderam suas casas e foram abrigados a deixar a cidade. A produção cinematográfica denuncia a política criminosa do presidente George W Bush que além de não ter evitado a tragédia, também não prestou assistência às milhares de famílias que ficaram ilhadas na cidade sendo socorridas depois de vários dias. O filme é muito raro, pois não chegou sequer a ser lançado em DVD no Brasil. O filme encerrou mais um dia de atividades durante o acampamento

A superação do socialismo utópico


A segunda aula realizada durante o 23° Acampamento de férias da AJR, ministrada pelo companheiro Rui Costa Pimenta, deu seqüência ao estudo da vida e da obra de Karl Marx. “O Socialismo participa da história da humanidade assim como a religião”. Foi o que afirmou o palestrante, quando explicava a origem do socialismo que não é uma idéia moderna, mas que surgiu na antiguidade. A base para o surgimento dessa ideologia foi justamente a evolução das sociedades comunistas primitivas para sociedades baseadas na propriedade privada e em sua divisão em classes sociais, ou seja, as sociedades escravagistas. O que permitiu esse desenvolvimento das sociedades comunistas primitivas foi o surgimento da agricultura, do arado e da criação de animais, possibilitando assim a existência de um excedente de produção e a sua apropriação por uma parte da sociedade. Assim como as religiões, em sua grande maioria, servem como um alento para o sofrimento das pessoas oferecendo uma vida melhor em um mundo sobrenatural posterior à morte, o socialismo quando surgiu foi uma ideologia que buscava uma existência melhor e igualitária na terra. Essa ideologia quando surgiu era baseada em idéias morais que pregavam o igualitarismo entre os homens e não a partir de um estudo sistemático da sociedade. Daí o fato de que esse tipo de socialismo tenha sido classificado pelo próprio Karl Marx como utópico, ou seja, um ideal que não pode ser realizado apenas pela vontade de que a sociedade se organize a partir de regras morais pré-concebidas. Um dos tipos mais antigos de socialismo utópico citado na aula foi o cristianismo, que surgiu na Roma antiga. Para os socialistas utópicos a política era vista como algo maléfico, e não como a expressão da luta pelos interesses reais das classes sociais. A diferença que Marx estabeleceu a partir do desenvolvimento da teoria do socialismo científico era de que socialismo não seria um plano pré-estabelecido na cabeça das pessoas, como pensavam os utópicos, mas uma decorrência natural da própria sociedade. A força do socialismo científico, ou marxismo como é mais conhecido, consiste justamente no seu realismo e na ausência de dogmatismos em sua teoria que é baseada em um estudo científico da sociedade. Tal concepção, como foi discutido no final da aula, representa um verdadeiro divisor de águas com toda esquerda brasileira, mesmo aquela que se diz marxista, uma vez que todas essas correntes possuem uma concepção de tipo socialista utópica, baseada no senso-comum e na moralidade em oposição a uma compreensão científica, ou seja, marxista da sociedade.

Entrosamento e interesse pelo marxismo marcam primeiros momentos do acampamento da juventude


Foi iniciado na última terça-feira (05/01), o XXIII Acampamento de Férias da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), juventude do Partido da Causa Operária (PCO), que mais uma vez está sendo realizado na cidade de Ibiúna. O já tradicional evento tem como atividade principal o curso de formação teórica marxista, cujo tema desse acampamento é: Marx, Vida e Obra – parte II. As aulas são ministradas pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO e editor do jornal Causa Operária

Já no primeiro dia de acampamento os participantes puderam perceber a clima agradável e de companheirismo que norteia a atividade. Por volta das 17 horas, caravanas de jovens vindos de diversas partes do País, se concentraram em frente à livraria do PCO, que fica localizada na Av. Miguel Estefano, nº 349, próximo ao metrô Saúde, para organizar a saída, incluindo ônibus locado especialmente para o evento.

A viajem foi tranqüila, algumas pessoas aproveitaram para descansar enquanto outras aproveitaram para assistir o filme “A Vida do Outro”, exibido durante o percurso a Ibiúna. Chegando ao local as pessoas organizaram uma “corrente” para ajudar a descarregar, coletivamente, as bagagens trazidas no ônibus. Depois de descarregar as malas, todos se dividiram em grupos, uma parte se juntou para montar as barras, enquanto os demais se encarregaram de fazer a jantar e montar a estrutura da cozinha.

No jantar foi servido um delicioso cachorro-quente, acompanhado de purê, batata-palha e suco. O dia terminou com muita conversa e descontração, num ambiente bastante agradável e divertido.

Segundo dia

O segundo dia começou com muita disposição por parte dos participantes que ficaram inspirados com a bela manhã de sol. As pessoas foram convidadas a se deliciarem com um saboroso café da manhã, feito por um grupo de militantes, numa mesa composta por diversas qualidades de bolachas doces, salgadas, patês de ricota e presunto, pasta de amendoim, geléias de morango e uva, pão fresquinho, manteiga, margarina, etc., além de uma grande variedade de bebidas quentes (chocolate, café, leite, chás).

Terminada a primeira refeição do dia as pessoas aproveitaram o resto da manhã para usar a piscina numa divertida partida de pólo aquático, enquanto outras aproveitaram o tempo livre para ler.

Por volta das 13h foi servido o almoço que teve como prato do dia grão de bico acompanhado de arroz e batata soutê, além de suco de amora. Encerrada a segunda refeição, os participantes do XXIII Acampamento tiveram uma hora e meia de descanso e logo em seguida voltaram as atividades de esporte e jogaram uma disputada partida de vôlei.

O restante da tarde foi dedicado ao lazer e descanso. Por volta das 19h, o companheiro Rui Costa Pimenta deu início à primeira exposição do curso, com uma introdução geral sobre os temas que serão discutidos no decorrer do curso.

Durante a 1º aula do curso de formação teórica marxista, principal atividade do acampamento, o palestrante falou sobre a tentativa de apresentar o marxismo como um produto de uma formação acadêmica, um mito totalmente falso. O companheiro explicou como os textos de Marx não são tratados da academia e sim polêmicas que fazem parte de uma luta política viva da classe operária e passa pela crítica aos partidos, à burguesia e a esquerda.

Como parte desse debate, o companheiro Rui discutiu os textos escritos por Marx antes, durante e depois da Revolução de 1848, dando destaque ao debate sobre a luta de classes. Durante a aula todos puderam participar fazendo perguntas diretas ao palestrante, gerando assim um debate de idéias.

Ao termino da 1º aula, que durou duas horas em média, as pessoas se dirigiram para a sala de refeições para o jantar onde foi servido milho verde e frutas diversas, tais como: mamão, banana, laranja, abacaxi etc., além dos sucos.

A noite foi encerrada com uma agradável roda de conversa, onde os participantes aproveitaram para debater um pouco a aula ministrada anteriormente.